Relatório do 15º Encontro do Gestar II

09/12/2009

Unidade 8 TP 2 – Oficina 4

Linguagem figurada
Antes de começarmos a oficina, que desta vez abrange não só a unidade 8, mas todo o curso do Gestar II, por ser o último encontro, fizemos uma rápida abordagem sobre as figuras de linguagem. A seguir fizemos a leitura do poema “Serão de junho” pg. 118. Analisamos as figuras de linguagem existente no texto. Tivemos um tempo para debate sobre o texto.
Fizemos a leitura das tirinhas da pg. 126. Observamos os elementos sonoros presentes no texto. Voltamos ao texto Dona Inácia e procuramos os elementos formadores de ironia presentes no texto.
Discutimos essa figura de linguagem.
Seguimos direto para a charge de Quino pg. 154. Fizemos a comparação entre a ironia da charge com a ironia do texto de Monteiro Lobato.
Passamos para a oficina. Todos tiveram tempo para expor suas contribuições, dificuldades e principalmente para avaliar o curso. O restante do tempo foi utilizado para a avaliação escrita do curso todo. A grande maioria classificou positivamente.

MEMORIAL DE LEITURA

Minha primaria infância foi vivida em uma fazenda de café, no interior de Goiás. Como naquela época e na região não havia escolas, meu pai contratou um professor para dar aulas aos filhos e aos filhos dos colonos.

O professor, “Seu” Arquimedes era um homem culto e muito respeitado na região.

A palmatória era amplamente utilizada na época. Eu não tinha idade para “entrar na escola”, mas eu incomodava tanto para estudar que “Seu” Arquimedes permitiu que eu participasse da aula como ouvinte. Aprendi as vogais.

No ano seguinte, meu pai comprou uma casa na cidade e nos levou, meus irmãos e eu para estudar no colégio. Eu mal cabia em mim de felicidade por saber que finalmente eu ia poder estudar numa escola de verdade. Fui apresentada à famosa “Cartilha do Povo”. Só anos depois surgiu a polemica “Caminho Suave”.

Dois fatos marcaram minha vida na trajetória da 1ª a 8ª série. A 1ª deixou marcas profundas, aconteceu na 1ª série, a professora, Dona Marciana, e acho que ela era “Marciana” mesmo, não acredito que os humanos sejam capazes de tamanha insensibilidade. Era comum, naquela época, se fazer uma oração no inicio da aula. A oração, é claro era da igreja católica, não importava quantas e quais as religiões ali presentes. Mas, vamos aos fatos, a senhora ET, pediu aos alunos que quem não soubesse fazer o “Pelo Sinal”, que levantassem a mão, eu embora católica, (mas católica relapsa) não sabia, levantei a mão. Ela chegou bem próxima a mim e disse bem alto para que todos ouvissem:

_ Você não tem vergonha de não saber o Pelo sinal nesta idade? Pegou minha mão que parecia de chumbo nessa hora e fez o pelo sinal com o maior pouco caso. Eu tive vontade de virar uma lagartixa e passar por debaixo da porta. Comecei a sentir um medo tão grande da professora que não há como descrever, era pânico mesmo.

Os anos foram passando e os professores também, “Graças a Deus”, na 3ª serie tive uma experiência linda. A professora era D. Lazara Ferreira de Castro, eu via a propaganda da Superist na TV onde mostrava os glóbulos brancos e vermelhos. Chegando à escola, perguntei a D’ Lazara o que eram os glóbulos brancos. Ela parou a aula, fez desenhos no quadro, mostrando o que eram os glóbulos vermelhos e brancos que ela chamou de “soldadinhos do nosso corpo”, porque eles defendiam o nosso organismo dos invasores. Eu entendi direitinho e nunca me esqueci. Esses fatos foram gravados a ferro e fogo, jamais se apagarão de minha memória. Não houve grandes danos a minha aprendizagem. Mas veja as marcas que elas fizeram.

Quanto às leituras que fiz, seria impossível elencar aqui, mas creio que minhas primeiras leituras foram os gibis. Lia todos os que caíram em minhas mãos, depois foram os chamados livros de bolso. O meu irmão mais velho era leitor assíduo de romance policial, li todos com ele. Já na 4ª seria eu sabia direitinho o que era espionagem e contra-espionagem. Só na 5ª serie que tive contato com a literatura convencional, meu primeiro livro fora dos não ortodoxos foi “Meu pé de laranja-lima” de José Mauro de Vasconcelos, como eu chorei com o menininho incompreendido pelos adultos e que precisava conversar com o pé de laranja-lima como seu confidente. Chorei com a pobreza da família, o pai desempregado, o natal que ele esperava, o presente que nunca vinha. Todavia a cena mais marcante foi o dia em que ele disse que não queria ter um pai pobre e o pai estava ao seu lado, ouvindo tudo. E ele tentando se redimir da culpa saiu, tentando engraxar sapato ate ter dinheiro suficiente para comprar cigarros para seu pai, na tentativa de tirá-lo daquela tristeza que o magoava.

Depois deste vieram muitos outros, Menino de Engenho, O crime do Padre Amaro, A normalista, entre tantos outros. Não me limitava aos clássicos, continuo lendo os não recomendados, embora não me descuide dos recomendados.

No Ensino Médio, por incrível que pareça eu tinha verdadeiro fascínio por matemática, química e física, embora tenha sido péssima aluna nessas áreas.

A única disciplina que sempre achei inútil e ainda acho é Ensino Religioso, os conceitos religiosos devem ser ensinados em casa, pela família.

A leitura que marcou meu Ensino Médio foi “Os sertões” de Euclides da Cunha, tenho inclusive um projeto para estudá-lo no Ensino Médio, porque ela me parece à obra mais completa em termos de Literatura regionalista, por apresentar os aspectos neste sentido: a terra, o homem, a luta.

O Ensino Superior veio consolidar a minha sede de conhecimento, embora a cada resposta dada, surgiam dez perguntas a serem interrogadas, estudadas.

Gostei muito de varias leituras, dentre elas destaco, “Memórias de um Sargento de Milícias”, de Manuel Antônio de Almeida, “A Relíquia” de Eça de Queiroz. Gosto do estilo em que usa fatos engraçados – Cômicos – para mostrar as falcatruas da realidade. Estilo Luiz Fernando Veríssimo e Fernando Sabino, ou como dizem meus conterrâneos, nesse “Jeitinho Mineirês de sê” vai falando assim pelas “beiradas” como quem não quer nada e conta “tudo” nas entrelinhas.

Sou e serei sempre leitora. A leitura faz parte da minha vida, não há como nos separar mais, é muito tarde para isto, já estou “viciada”.

Maria Divina de Andrade.

Plano de aula – TP 2 – Unidade 8 – Oficina 4

Corumbiara, 09 de dezembro de 2009

Tema: Linguagem figurada

Objetivo - 
1- identificar figuras na linguagem cotidiana;
2- identificar as várias possibilidades da linguagem figurada no texto literário;
3- identificar figuras do plano sonoro e sintático do texto.

Estratégia -
- Falar sobre a importância da exposição da emotividade durante a situação discursiva.
- Fazer uma breve retomada da linguagem figurada e suas diversas aplicações.
- Leitura compartilhada do texto “Serão de Junho”. Observar as 3 vozes que “falam” no texto
- Apresentar o conto “Negrinha” de Monteiro Lobato. Discutir o tema.
- Oficina – seguir os passos propostos pelo TP. pag. 153 – 155.

Avaliação -
Esta avaliação será diferente das demais: ela não abrangerá apenas a oficina 4. Será a avaliação de todo o curso do Gestar II inclusive com o “antes” e o “depois”.
- Pedir aos cursistas que sejam os mais sinceros possíveis.

Plano de aula – TP 2 Unidade 7

Corumbiara, 03 de dezembro de 2009

Tema – A arte: formas e função.
Objetivo:
1 – Identificar a arte na vida cotidiana;
2 – Indicar formas e características da arte;
3 – Indicar as funções da arte.

Estratégia
Começar pelo fim. Fazer a leitura de Ampliando nossas referências. Comentar sobre a leitura e a obra de Magritte. Apresentar outras obras de Magritte.
Voltar à seção 1. Ler o caso 1, 2 e 3.
Observar as obras de arte das páginas 80 e 81. Promover discussão dirigida a respeito.
Seguir p/ seção 2.
Ler os parágrafos 4, 8 da página 85. Fazer leitura compartilhada do texto “Arte e fantasia” e a poesia música de Chico Buarque “Fantasia”.
Falar sobre a “Arte da guerra”.
Observar a seção 3. Comentar os exercícios do AAA 2 relatórios à unidade 7.
Deixar que os cursistas façam suas escolhas.
Apresentar aos cursistas o poema de Ferreira Gullar, “Traduzir-se”. Deixar que eles comentem a respeito.
- Ler com eles o poema/música de Gilberto Gil, “A raça humana”, em seguida apresentar-lhes um trecho do texto (adaptado) de Valdir Montanari, “História da música”: da idade da pedra à idade do Rock.
- Cantar com eles a música (paródia) de Hardy Guedes, “Terezinha de Jesus” e O que será (A flor da pele) de Chico Buarque.
- Ler o poema, Um desassossego…será por quê?
de Marcos Bagno e Stela Maris Rezende.
- Escolher o “Avançando na prática”.

Sugestões para esta unidade do TP 2.
1-  Música 

A raça humana – Gilberto Gil
A flor da pele – Chico Buarque.

2-  Teatros
a) Judas em Sábado de aleluia – Martins Pena
b) O fantástico mistério de feiurinha – Pedro Bamdeira
c) Os Cigarros e os Formigas – Maria Clara Machado
d) O santo e a porca – Adriano Suassuna

3-  Leituras – Poemas
a) Momentos de Glória – Carlos Queiroz Telles
b) Torta de cebola para prender namorado – Roseana Murray
c) Cantiga quase de roda – Thiago de Melo
d) Poema de circunstância – Mário Quintana
e) Cantiga do vento – Elias José
f) Flexas contra o muro – Cassiano Ricardo
g) Vício na fala – Oswaldo de Andrade

Relatório do 24º Encontro do Gestar II

02/12/2009

Unidade 7- TP 2
A arte: formas e funções.

No primeiro momento tivemos uma conversa dirigida sobre a arte, suas formas, suas funções, sua proximidade na nossa vida e a maneira que cada um de nós a recebe e a percebe.
Começamos a aula de hoje pelo fim, ou seja, fizemos a leitura do “Ampliando nossas referências”. Os cursistas puderam comprovar como a arte está intrinsicamente ligada à nossa vida sem que a percebamos.
Observamos a obra de Magrilte e a comparamos a outras previmente escolhidas. Tivemos um tempo para debate.
Em seguida voltamos à seção 1 e fizemos a leitura dos textos 1,2 e 3, observando como a literatura e sua arte, ajuda a desvendar segredos (filosofia); encontrar a saída (analista) e até para “plágios” estratégicos uma vez que o texto editado já não pertence mais a quem o escreveu e sim a quem o lê.
Ao observarmos as obras de arte das páginas 80 e 81, os cursistas perderam entender a diversidade de formas e gostos para se criar e desenvolver a arte.
O texto “Arte e fantasia” foi feito sob a forma de leitura compartilhada.
Assim como a canção de Chico Buarque “Fantasia”. Os cursistas acharam interessante a metodologia empregada para a construção da música. Aos poucos, o que era apenas uma voz tímida acompanhado por flauta e violão, tornou-se coletivo e tão forte como um “grito de guerre”.
Falei-lhes sobre a “Arte da guerra”, que embora suja e detestavél não deixa de ter seu engenho, sua “arte”.
Antes de lermos o texto do TP p. 94 de Ferreira Gullar, fizemos a leitura do poema do mesmo autor, “Traduziu-se”, que seria a fusão do “eu no meu outro eu”.
Seguindo vimos os exercícios do AAA 2 referente à unidade7. Sugeri-lhes alguns títulos caso queiram trabalhar teatro ou leituras e produção de poemas.
Escolheram o “Avançando na prátrica” da pg. 95.
Apezar da ausência da maioria dos cursistas (o que é lastimável) os poucos que compareceram participaram ativamente.
Novamente a carga excessiva de trabalho impedem os cursistas de participarem de um curso da parte deste.

Relatório do 23º Encontro do Gestar II

18/11/2009

A frase e sua organização
Unidade 6 – Oficina 3 – TP 2

Como foi dia de oficina, o primeiro momento é dedicado ao período de socialização dos trabalhos realizados durante a semana.

Alguns alunos não tiveram tempo de aplicar o “Dever de casa” em virtude do período de provas finais. Os que fizeram as tarefas tinham muito o que contar.
Dando prosseguimento fizemos a leitura dramatizada dos bilhetes de Clara e Cália na seção 1 do TP.
Observamos a criação da narrativa a partir do diálogo. Na página 50 vimos como é mportante o tom de voz para cada entonação nos diversos tipos textos.
Identificamos e classificamos frases nominais e frases verbais; perídos e orações.
Tivemos um tempo para discutir o assunto e tirar pequenas dúvidas. Em seguida, observamos a intertextualidade entre a tela Mona Lisa e o soneto de Camões.
O “Aluno ideal”, pg. 58 foi feita leitura compartilhada e, após a comparação com o texto ao lado os cursistas  fizeram o resumo do que viram.
Neste estágio da aula, fizemos outra parada para a realização efetiva da Oficina.
Fizemos a leitura dramatizada do texto “Maria e Pedro na cova do vento”. O texto 2, poema de Leo Cunha, Quatro baseado nos quatro elementos da natureza e em intertextualidade com a pintura de Giuseppe Arcimboldo.
A seguir observamos a melodia do poema “Balada do rei das sereias do AAA 2 pg. 35. Fizemos a atividade 3 pg. 39 AAA 2.
Para terminar, foi realizada a avaliação da oficina.

Relatório do 22º Encontro do Gestar II

11/10/2009
Unidade 5:
Gramática: seus vários sentidos


Para entendermos melhor o que é e como se dá o uso da gramática na nossa vida cotidiana, vimos alguns textos e explicações do livro Língua Portuguesa – Projeto Escola e Cidadania para todos.
Para “esquentar” o debate, vimos a opinião de vários famosos: Mário Perini “A sintexe”, L.S. Vigoski. “Pensamento e Linguagem” e Fernando Sabino. “Gente”.
Depois da leitura dos especialistas, cada um, é claro, com visão diferente, a respeito da gramática normativa partimos para o debate acerca de seu uso, ou como se deve utilizar as várias gramáticas como afirma o texto. Inclusive, os autores do livro afirmaram que todo falante nativo da língua sabe gramática (gramática interrolizada, e classifica as formas gramaticais que utilizamos como as gramáticas possíveis).
Dando prosseguimento, depois de acirrado debate, fizemos a leitura de alguns textos que consideramos pertinentes para dar suporte ao tema ora apresentado. Vimos o poema de Lêdo Ivo, “O ferrador de cavalos”. Em seguida fizemos a leitura do texto de Paulo Leminsk - “O assassino era o escriba” – Caprichos e Relaxos. São Paulo: Brasiliense 1983 p. 144.
Só então fizemos uso do TP 2. Analizamos o texto da p. 19 em que o “Seu Joel” aparece falando do celular ao lado da carroça com o anúncio de seu trabalho. Fizemos a leitura dramatizanda do texto de Maria Clara Machado, Pluf, o fantasminha. Observada as variações da fala em função da respostas esperadas pelo interlocutor, passamos aos textos seguintes, “A tinta de escrever” de Millôr Fernandes e “Osarta” cujo tema é a escola, entreguei a eles alguns textos com o mesmo tema: “O grilo professor” de Algusto Monterroso, a “Escola de bem-ti-vis” de Cecilia Meiréles. Comparando os três textos, observamos, como no caso dos depoimentos dos especialistas como cada escola “vê” a forma de transmitir ou induzir o aluno ao  conhecimento, sem perder de vista o tema da aula: O ensino da gramática nas escolas.
Após essas considerações passamos à escolha do “Avançando na prática” que pelo interesse dos cursistas, ficou como preferência o “Avançando” da página 30-31, onde o aluno terá a oportunidade de comparar textos da norma culta e transpor o texto trabalhando em um foco narrativo diferente do apresentado aos alunos.